Os servidores da Novacap (Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil) decidiram em assembleia realizada nesta quarta-feira (1º) dar continuidade a greve iniciada no dia 11 de novembro.

Os dirigentes do Sindser, sindicato que representa a categoria, e representantes da Companhia participaram de audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região. Entretanto não houve avanço. Agora, o processo passará para o Ministério Público do Trabalho que provavelmente até o próximo dia 15 ajuizará dissídio de greve.

De acordo com André Luis da Conceição, coordenador do Sindser-DF, a greve continua “porque a categoria está insatisfeita com a proposta apresentada”. A proposta do governo foi de conceder à categoria um abono salarial de R$ 200. Os servidores, que inicialmente reivindicavam a implementação do Plano de Cargos e Salários (PCS), não aceitaram a contraproposta, mas fexibilizaram a reivindicação exigindo o pagamento de uma gratificação que represente 50% do salário base de cada setor. O pedido não foi atendido e a proposta governamental finalizou com abono salarial de R$ 200 mais reajuste de 5,7% nos benefícios dos trabalhadores.

A justificativa para não atender à reivindicação dos servidores da Novacap é a falta de recursos financeiros. André Luis rebate: “Há vários meses a Novacap vem pagando uma empresa privada para compra de massa asfáltica, sendo que a Novacap possui uma usina para fabricação do material. Com isso, seria necessária apenas a compra da matéria prima. São milhões jogados no lixo”, denuncia.

Massacre da Novacap

Nesta quinta-feira, dia 2 de dezembro, completam-se 11 anos do Massacre da Novacap. O ato foi ordenado pelo então governador do DF, Joaquim Roriz, que coibiu brutalmente os servidores que protestavam pacificamente por melhores salários e condições de trabalho.

O massacre resultou na morte de José Ferreira da Silva, jardineiro, assassinado com tiros de escopeta calibre doze. Além disso, dois servidores ficaram parcialmente cegos e dezenas de trabalhadores foram feridos.

Mais de uma década depois, a família de José Ferreira e os servidores que ficaram cegos seguem sem qualquer tipo de indenização.

(Vanessa Galassi, CUT-DF)