A reforma trabalhista piorou, e muito, o que já estava ruim. Em meio a crise econômica em 2016, a justificativa do governo Temer para reduzir o índice de desempregados no Brasil era modificar a CLT. No entanto, o cenário hoje é bem diferente do que se pregava. Agora, encontrar empregos com carteira assinada é coisa rara. Além disso, cresce cada vez mais o número de vagas de trabalho informal. É isso que os economistas estão projetando para 2018.

Para o dirigente sindical David Oliveira, é completamente equivocado responsabilizar à greve dos caminhoneiros pelo péssimo desempenho da economia e pela redução no número de vagas de trabalho com carteira assinada.

“É evidente que foi a reforma trabalhista que aumentou o número de trabalhadores informais. Inclusive, o intuito da reforma sempre foi minimizar os impactos da crise econômica para os empresários, jogando todo o ônus nas costas dos trabalhadores, retirando e flexibilizando direitos”, aponta.

David também avalia que além da deterioração nas estimativas de geração de novos postos de trabalho, o mercado de trabalho também piorou consideravelmente para os que estão em busca de emprego.

“Milhões de pessoas que estão desempregadas estão sem nenhuma expectativa de voltar a trabalhar e as que estão trabalhando estão bastante preocupadas em perder o emprego. Essa tem sido a tônica do mercado de trabalho”, acrescenta.

As projeções da Fundação Getúlio Vargas (FGV) eram de que o mercado de trabalho fosse aquecido com a criação de 600 mil vagas neste ano. Hoje, as expectativas são de 460 mil num cenário de 14 milhões de desempregados.