Apesar da grande luta empreendida pelo Coletivo Nacional dos Eletricitários – CNE, infelizmente, em junho deste ano, a Eletrobras foi privatizada em processo repleto de inconsistências jurídicas, políticas e técnicas, constatadas, inclusive, pelo próprio Tribunal de Contas da União – TCU e que levará a perda da soberania energética, aumento na conta de luz dos brasileiros, piora na qualidade dos serviços, demissões em massa de trabalhadores e precarização das condições de trabalho, para aqueles que permanecerem na empresa.

Imediatamente após a privatização, o CNE reuniu as lideranças sindicais e elaborou um planejamento objetivando a reestatização da empresa. Importante ressaltar que o planejamento do CNE está sendo cumprido rigorosamente e o resultado deste trabalho e da articulação política já estão dando os resultados esperados.

Várias etapas importantes que constam do planejamento do CNE foram implementados, tais como:

  • Manutenção dos contratos com escritórios jurídicos objetivando o acompanhamento e monitoramento das ações judiciais ajuizadas contra a privatização e cujos mérito ainda não foram apreciados;
  • Reuniões com as coordenações das áreas política e técnica da então campanha eleitoral do candidato Lula à presidência da República;
  • Elaboração e entrega para a equipe de Transição do Governo Lula de documentos técnicos explicitando as inconsistências do processo de privatização, a necessidade da reestatização da Eletrobras e as medidas a serem tomadas pelo futuro governo Lula para a reestatização da empresa; e,
  • O engajamento dos dirigentes sindicais e categoria para a eleição de Lula para presidente do Brasil, o fato mais importante para a nossa luta pela reestatização; entre outros.

Agora, nesta quarta-feira, dia 16/11, outro passo importante foi dado, o anúncio pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, da equipe de Transição para o Setor de Energia. O perfil técnico e político dos profissionais convidados para comporem a equipe de transição da área de energia do próximo governo Lula, não deixa dúvidas de que a sinalização é de mudança na gestão do setor energético, de pró-setor privado para pró-estado.

Além do perfil da equipe de Transição do setor de energia ser pró-estado, o presidente eleito sempre foi contra a privatização da Eletrobras e demonstrou isto em vários momentos da nossa luta em defesa da Eletrobras pública, assim como a grande maioria dos partidos que apoiam Lula e que participarão de seu governo. Por isto entendemos que apesar da reestatização ser onerosa e complexa, a possibilidade de ocorrer é cada vez mais real.

Nomes e perfil da equipe de Transição da Área de Energia

Confira abaixo os nomes e o perfil de cada membro da equipe de Transição, referente a área de Energia:

1) Anderson Adauto: Ex Ministro dos Transportes de 2003 a 2004, durante o primeiro mandato do governo Lula. É filiado ao PCdoB;

2) Deyvid Bacelar: Sindicalista e Coordenador Geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP). Trabalhamos juntos na luta contra a privatização da Eletrobras;

3) Fernando Ferro: Ex-sindicalista do Sindicato dos Urbanitários de Pernambuco e ex-deputado federal do PT, por cinco mandatos. Foi o relator do Projeto de Lei que tirou a Eletrobras do PND, em 2003;

4) Giles Azevedo: Ex-secretário executivo do Gabinete Pessoal da ex-presidente Dilma Rousseff. Atualmente é assessor na Liderança do PT. Participou ativamente da luta contra a privatização da Eletrobras;

5) Guto Quintela: Integrante do Conselho Diretor do Centro de Empreendedorismo da Amazônia;

6) Ikaro Chaves: Ex-sindicalista do STIU-DF e conselheiro eleito para o Conselho de Administração da Eletronorte. Uma das grandes lideranças na luta contra a privatização da Eletrobras;

7) Jean Paul Prates: Senador pelo PT do Rio Grande do Norte. Abriu mão da reeleição para fazer parte da coordenação de campanha do Lula para presidente. Um dos parlamentares que mais se dedicou à luta contra a privatização da Eletrobras. É citado como provável presidente da Petrobras, no governo Lula;

8) Magda Chambriard: Comandou a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) no governo Dilma Rousseff;

9) Maurício Tolmasquin: Ex-presidente da EPE e Secretário Executivo do MME, no governo Dilma. É um dos especialistas do PT na área de energia;

10) Nelson Hubner: Ex-diretor-Geral da ANEEL e ex-ministro de minas e Energia, no governo Dilma. É um dos especialistas do PT na área de energia e crítico da privatização da Eletrobras;

11) Robson Sebastião Formica: especialista em energia e integrante da Coordenação Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), instituição parceira de muitas lutas em conjunto;

12) Willian Nozak: Coordenador Técnico do Instituto de Estudos estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (INEEP), ligado à Federação única dos Petroleiros (FUP), instituição aliada do CNE.

É fato, a nossa luta pela reestatização da Eletrobras está mais viva do que nunca e agora com um governo progressista e que tem compromissos com o País, com o povo brasileiro e, em particular, com os eletricitários. Além disso o perfil da equipe de Transição da área de energia reforça a expectativa em relação a uma possível reestatização da Eletrobras.

Revisão do Planejamento da campanha pela Reestatização da Eletrobras

O Coletivo Nacional dos Eletricitários – CNE agendou reunião para revisar e atualizar o planejamento da campanha pela reestatização da Eletrobras, entre os dias 21 e 23 deste mês, em Brasília. Esta reunião é fundamental para o sucesso de nossa campanha pela reestatização da Eletrobras, pois vamos planejar e organizar a nossa participação na Transição do Governo Lula nas áreas técnica, política e jurídica.

A eleição de Lula e o perfil da equipe de Transição na área de energia nos enche de esperança, mas a nossa organização e mobilização é fundamental para atingir o nosso grande objetivo: a reestatização da Eletrobras.

CNE está representado no Governo de Transição

Para bom entendedor, meia palavra basta. O perfil pró-estado da equipe de Transição e a presença do companheiro Ikaro Chaves, um ferrenho defensor da Eletrobras pública, na composição da mesma é um recado direto para o mercado e para a Eletrobras privatizada de que o novo governo vai fazer mudanças significativas no Marco Regulatório do Setor Elétrico brasileiro e que, com certeza, a reestatização da Eletrobras fará parte dos debates da Transição.

O companheiro Ikaro foi dirigente sindical do STIU-DF, membro do CNE e atualmente é o representante eleito dos trabalhadores no Conselho de Administração da Eletronorte. É também diretor da Associação dos Engenheiros e Técnicos do Sistema Eletrobras e está completamente preparado para representar os eletricitários na equipe de Transição do Governo Lula.

O CNE ressalta que a participação de um representante dos eletricitários e eletricitárias nesse processo é o reconhecimento do trabalho desenvolvido pelas entidades representativas dos trabalhadores, em mais de cinco anos ininterruptos de luta em defesa da Eletrobras pública, realizado com grande preparo técnico e político.

É importante ressaltar que o CNE estará presente na Transição, não apenas através da presença do companheiro Ikaro na equipe, mas acompanhando tecnicamente e politicamente todos os passos da Transição em tempo real.

Juntos pela reestatização da Eletrobras!