No último dia 21 de junho ocorreu a segunda reunião de conciliação no processo de dissídio de greve que envolve a categoria eletricitária e a Eletrobras no TST. Sob a mediação do Exmo. Ministro Godinho e, com a presença marcante do Dr. Luis Flores do MPT, mais uma tarde inteira de debates e argumentações em torno de cláusulas que resultaram na renovação do Acordo até 31 de agosto e o afunilamento dos entendimentos para fechar o ACT em mesa.

Não obstante a Eletrobras explicitar de que não houve avanços nesta reunião, para a categoria, o aceite da Empresa de seguir na conciliação, dando prazo para que as discussões ocorram, é uma demonstração de que vale a pena seguir perseguindo as melhorias. Este prazo é sinal de valorização e respeito por aquelas pessoas que constroem a grande Eletrobras. Está claro que da parte da categoria eletricitária faltam ajustes importantes e significativos para fechar o acordo.

Diversos atos de gestão unilateral estão sendo revistos pela Empresa, seja porque se mostraram ineficazes, seja porque ações junto aos Ministérios Públicos e Justiça do Trabalho estão sendo realizadas. A questão dos ambulatórios, exames periódicos, testes toxicológicos são exemplos destas medidas. Seguir na conciliação é melhorar, por exemplo, as cláusulas do plano de saúde:  dar condições para a comissão formada com a participação dos sindicatos poderem participar “ativamente” dos processos de melhoria e aperfeiçoamento dos planos de saúde e odontológico. Atualmente a empresa sequer conta com um canal ágil de resolução dos problemas enfrentados pelas pessoas ao tentarem usar os novos planos de mercado contratados.

É tempo de avançar! Aos cristãos é um lema comum nas pregações. Nos movimentos sociais, é um lema que indica que seguimos perseguindo condições melhores. Neste caso específico, por melhores condições de trabalho. Diversas equipes estão espalhadas Brasil afora, e com a saída de quadros técnicos qualificados e sem a devida reposição destes quadros, muitas áreas e processos estão sobrecarregando quem fica. De descumprimento de NR 10 em diversas instalações à 72h para conseguir acesso a um contracheque, a falta de profissionais atinge as áreas operacionais e administrativas.

Trabalhar de manhã, tarde, noite e madrugada, trabalhar aos finais de semana e feriados, trabalhar estando de férias tem se tornado comum no Sistema Eletrobras. Este fato não é prejudicial apenas ao trabalhador(a), mas também para a Empresa, à medida que problemas surgirão. De ações judiciais ao adoecimento e perda do(a) profissional competente. Esta questão pode ser atenuada com uma simples medida, uma cláusula no ACT que é presente em diversas empresas privadas do setor elétrico, para a manutenção da força de trabalho atual, com um percentual máximo de rotatividade na vigência do acordo.

Esta melhoria no ACT garante o melhor funcionamento para a Empresa, e consequentemente, traz um ganho na qualidade do ambiente de trabalho aos profissionais que constroem esta grande Empresa. Por isto, o tempo acordado para conciliação entre as partes é uma evolução no processo. Também poderemos discutir com a Empresa qual é a nova arquitetura salarial proposta. As entidades sindicais solicitaram uma agenda de reuniões ainda neste mês de julho, para construir estes entendimentos que sejam satisfatórios para ambas as partes.

Eletrodignidade: por um ACT justo e digno!

Juntos somos mais Fortes!