Reprodução CUT.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) celebra, neste 28 de agosto, 41 anos de uma trajetória marcada por reivindicações, lutas e conquistas – seja no campo do trabalho, seja na defesa intransigente da democracia. Ao longo dessas mais de quatro décadas, a entidade se consolidou como um pilar importante na promoção de mudanças substanciais na política brasileira, beneficiando, sobretudo, a classe trabalhadora.

Durante esse período, a CUT promoveu debates e ações incisivas com o intuito de assegurar uma vida digna aos brasileiros. Essas ações incluíram, e ainda incluem, a luta por salários justos e a defesa de direitos trabalhistas que combatam todo e qualquer tipo de discriminação, como o racismo, a LGBTfobia e o etarismo.

O acesso aos serviços públicos de qualidade pela população, como saúde e educação, a busca por garantir o alimento na mesa e um teto para morar foram discussões constantes na agenda da entidade. Pautas sociais que avançaram de forma notável nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT), mas que foram duramente desmanteladas sob o último governo, de extrema-direita.

 Roberto Parizotti (Sapão) Roberto Parizotti (Sapão)

Para o presidente da CUT nacional, Sérgio Nobre, “desde a sua fundação, a história da CUT se mistura à história do Brasil por estar no DNA, na raiz da luta pela redemocratização do país. A Central nasceu para fazer a defesa intransigente dos direitos da classe trabalhadora com a certeza de que, somente na democracia, uma nação consegue se desenvolver com liberdades, igualdade, justiça social e sustentabilidade. Essa segue sendo nossa tarefa histórica. Enfrentamos, recentemente, um dos períodos mais obscuros e difíceis para o país. Lutamos, resistimos e, desse período, também saímos vencedores, com a vitória, nas urnas, da democracia contra a barbárie, em 2022. Preservar e fortalecer a democracia segue sendo uma das nossas principais lutas, porém, o maior desafio da CUT e de todo movimento sindical, nesse momento, é construir um novo modelo sindical, adequado à nova realidade do mundo do trabalho, na qual metade da classe trabalhadora não está inserida. Nos desafiamos a construir e estamos construindo esse novo modelo. Nossa tarefa é organizar e defender os direitos de todos os trabalhadores e trabalhadoras que estão à margem da legislação, sem carteira assinada, em empregos precarizados, vivendo de bico, que trabalham por aplicativos, sem direito à representação sindical e negociação coletiva. Isso exige sindicatos fortes. Essa é nossa luta”.

 A volta de Lula à presidência, para um terceiro mandato, marcou o início de um processo de reconstrução dos projetos sociais importantes que foram devastados por seu antecessor. Muitos destes projetos têm afinidades com os anseios da entidade, outros são lutas que a CUT defende historicamente. Mas que ainda precisam de uma robustez maior e, para tal, é imperativo um substancial aporte de recursos financeiros.

Por isso, em 2024, uma das principais lutas da entidade é contra a alta da Selic (taxa de juros oficial do país), que vem atravancando o processo de reconstrução social e econômica do país, desde que o Banco Central (BC) se tornou independente em 2021, pelo governo anterior, e que ainda colocou no seu comando o neoliberal econômico, Roberto Campos Neto, que vem deixando a taxa de juros no Brasil como a segunda maior do mundo, apesar do controle da inflação e dos bons resultados econômicos que o país vem obtendo.

A CUT sabe e é testemunha de que as medidas econômicas adotadas pelo governo federal vêm derrubando os índices de inflação, que a taxa de desemprego vem caindo, que o país, novamente, está saindo do mapa da fome e que não faz sentido tal medida que só beneficia banqueiros e agentes financeiros.

“Nossa campanha é por emprego e renda, a Selic elevadíssima prejudica o investimento produtivo, atrapalha a economia e encarece a vida de todos nós”, afirma Juvandia Moreira, Vice-Presidenta da CUT Nacional.

Desta forma, para a entidade, a vigilância sobre o tema tem sido constante e ela vem promovendo debates e ações junto à população visando alertá-la para os riscos que os rumos do Brasil vêm tomando devido à Selic: falta de investimento no setor produtivo e cortes financeiros em programas sociais e obras essenciais. Isso porque o juro alto infla a dívida pública e deixa o governo sem dinheiro para realizar melhorias à população.

Roberto Parizotti (Sapão)Roberto Parizotti (Sapão)

Breve Histórico da CUT

Entre 1964 e 1985, o Brasil viveu sob um regime militar que restringiu direitos, perseguiu opositores e censurou a imprensa. No fim dos anos 1970, a reorganização da sociedade civil começou a enfraquecer a ditadura, abrindo caminho para a redemocratização.

A Central Única dos Trabalhadores surgiu nesse contexto social e político do país. Ela foi criada em 28 de agosto de 1983, em São Bernardo do Campo, São Paulo, durante o 1º Congresso Nacional da Classe Trabalhadora (CONCLAT). Mais de cinco mil trabalhadores de diversas regiões do país marcaram esse momento que mudaria a história sindical. Assim, a CUT surgiu como um instrumento de luta e representação para garantir a presença organizada dos trabalhadores na política nacional.

A entidade tem como pilares o fortalecimento da democracia, o desenvolvimento com distribuição de renda e a valorização do trabalho. Ela reafirma sua histórica luta pela universalização dos direitos, atuando na construção de políticas públicas e ações afirmativas voltadas para mulheres, jovens, pessoas com deficiência e combate à discriminação racial.

A CUT combate políticas que ameaçam a soberania nacional e precarizam as relações de trabalho. No desenvolvimento solidário, promove a inclusão social por novas formas de geração de trabalho e renda, articulando essas iniciativas com a formação e capacitação dos trabalhadores. Saiba mais.

Para o Secretário-Geral da CUT Nacional, Renato Zulato, “a história da CUT é parte fundamental da história do Brasil, marcada por lutas desde sua fundação na ditadura militar. A Central resistiu a ataques de governos de direita, incluindo o período do governo Bolsonaro e a pandemia de COVID-19. Hoje, continua sendo crucial na organização das lutas dos trabalhadores e celebra com orgulho 41 anos de existência”.

Via Central Única dos Trabalhadores