Consultoria acredita em economia de R$ 6 bilhões para consumidores com reversão para modicidade de ganhos em geração e transmissão

A reversão dos ganhos dos ativos amortizados para a tarifa de energia pode reduzir o faturamento da Eletrobras, a companhia com maior número de concessões a vencer em 2015. O governo já avisou que qualquer decisão sobre o assunto levará em conta a modicidade tarifária para os consumidores. Levando isso em conta, a PSR calculou as reduções efetivas que podem acontecer nas tarifas. Como resultado, a consultoria identificou uma redução no faturamento da Eletrobras de R$ 4,5 bilhões, sendo R$ 2 bilhões da geração e R$ 2,5 bilhões da transmissão.

“Isso representa 45% da capacidade de investimento da empresa por ano, que é de R$ 10 bilhões”, comparou Mario Veiga, presidente da PSR, em palestra nesta quarta-feira, 30 de novembro, durante evento realizado pela Light, no Rio de Janeiro. Os consumidores poderão ter uma economia total de R$ 6 bilhões com a reversão dos ganhos de geração e transmissão para a tarifa.

A consultoria estimou que a renovação das concessões de transmissão pode reduzir o valor pago em encargos, atualmente em R$ 8,7 bilhões/ano. Isso porque dois terços dos ativos nunca passaram por revisão tarifária, explicou Veiga. Ou seja, eles representam R$ 5,9 bilhões e poderiam cair para R$ 2,4 bilhões. “O valor representa uma economia de R$ 3,5 bilhões/ano. Mas esse benefício deve vir através da Tust”, avaliou Veiga.

O consultor vê uma economia efetiva na área de geração de R$ 2,5 bilhões, pois, explicou, os ativos a serem relicitados não estão totalmente amortizados. Por isso, ele não concorda com os números da Federação das Indústrias de São Paulo, que prevê uma economia de R$ 6,6 bilhões por ano para os consumidores. Isso em decorrência da redução do valor da energia de R$ 90/MWh para R$ 21/MWh. Veiga prevê, por exemplo, que o custo de Furnas caia para R$ 66/MWh e da Cesp para R$ 89/MWh. Na geração, 18% da energia firme do país será renovada. E em distribuição, as 39 empresas com concessão vicenda representam 35% do mercado.

(Alexandre Canazio, Agência CanalEnergia, 30.12.11)