Relatório aponta que país é um dos que mais investem em energias renováveis, mas ainda há muito a ser explorado nas fontes eólica e solar

O Brasil poderia aproveitar melhor o uso de energias renováveis, é o que diz relatório da Conferência da ONU para Comércio e Desenvolvimento divulgado na última terça-feira, 29 de novembro. O relatório aponta que o Brasil posssui tecnologias para utilização de energias eólica e solar, mas que poderia explorar mais esse uso. De acordo com dados do instituto voltado para estudos na área de energias renováveis REN 21, citados no relatório, o Brasil é o quarto principal país em termos de capacidade de produção dessas energias, incluindo a hidrelétrica. Mas o país não está entre os cinco principais em relação à capacidade de produção de energia eólica ou solar.

Segundo a diretora do relatório Tecnologia e Inovação – Potencialização do Desenvolvimento com Energias Renováveis, Anne Miroux, o Brasil, tem enorme potencial em termos de energia eólica e solar devido ao seu clima e sua superfície, mas não explora de forma suficiente sua capacidade nessas áreas. A Europa em 2010 teve a maior produção de energia eólica, com 86.075 MW, sendo seguida pela Ásia, com 58.641 MW e pela América do Norte, com 44.189 MW. Entre os países, a China liderou, com 42.287 MW, sendo seguida pelos Estados Unidos, com 40.180 MW. O Brasil produziu 931 MW de acordo com o relatório. Pelo menos 49 países adicionaram a energia eólica como fonte durante o curso de 2009.

Quanto a energia solar, o relatório conclui que o preço das placas fotovoltaicas vem caindo como resultado de um progresso na fabricação e de um forte investimento acompanhado por uma política de apoio ao setor. Em 2010, um total de 17GW foi adicionado ao sistema, ocasionado um grande aumento em comparação com 2009, quando foram adicionados 7.3 GW. A maior parte desse aumento é atribuída a Espanha, Japão, Estados Unidos e China, que se mantém como os maiores produtores mundiais. Cinco países representam cerca de 80% da produção de energia solar mundial: Alemanha, com 44%; Espanha, com 10%; Japão e Itália, ambos com 9% e Estados Unidos, com 6%.

Segundo o relatório, os investimentos em energias renováveis no mundo saltaram de US$ 33 bilhões em 2004 para US$ 211 bilhões em 2010, um aumento de 539,4%, com um crescimento anual de 38%. O aumento do investimento continuou apesar da recessão global ocorrida nos anos de 2008 e 2009. Países como China, Alemanha e Brasil continuaram a investir pesado no setor. Em 2010, a China foi o país que mais investiu em energias renováveis, com US$ 49 bilhões, sendo seguida de perto pela Alemanha; que investiu US$ 41,1 bi; pelos Estados Unidos, com US$ 30 bilhões e a Itália. O Brasil é o quinto da lista, com investimentos de US$ 7 bilhões.

O Brasil é apontado no estudo como um país em desenvolvimento com significativa capacidade no uso de biocombustíveis e de energia solar fotovoltacica. O estudo também elogia a meta estipulada no Plano Decenal de Energia de ter 75% da sua eletricidade vinda de fontes renováveis em 2030 .

(Pedro Aurélio Teixeira, da Agênica CanalEnergia, com informações da Agência Brasil, 30.11.11)