Mais de 12 mil pessoas ainda esperam nas filas para cirurgias nos hospitais da rede pública da Distrito Federal, afirma o secretário de Saúde do DF, Rafael Barbosa. A maioria dos pacientes aguarda por procedimentos ortopédicos. Na tentativa de solucionar os principais gargalos no atendimento desses pacientes, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), Defensoria Pública, Secretaria de Saúde (SES/DF) e outros órgãos assinarão um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Profissionais temporários deverão aliviar a demanda até que um concurso público seja realizado.

De acordo com o promotor de Justiça de Defesa da Saúde, Jairo Bisol, o problema foi discutido em reunião do Comitê Executivo de Saúde quando os órgãos participantes definiram como solução o concurso público para mais de 200 profissionais de saúde em diversas áreas. “Um dos gargalos é a anestesiologia e os pós-operatórios que precisam de vagas nas Unidades de Tratamento Intensivo”, detalha Bisol.

Por esse motivo, a maior parte das novas vagas deverão ser destinadas a intensivistas e anestesistas. Segundo Bisol, como a contratação por concurso público demanda um prazo de seis a dez meses, o TAC prevê a contratação de mão de obra temporária por período suficiente para a finalização desse processo e preenchimento das vagas. “O custo social e o impacto negativo na sociedade são muito grandes para aguardar esse período.”

O TAC também deverá apresentar uma proposta de carreira mais atrativa para os profissionais de saúde, para que o serviço público se torne mais competitivo frente à oferta do mercado. O Ministério Público, no entanto, se posiciona contrário à contratação de serviços da rede privada, como para o aumento do número de UTIs. Da mesma forma, o promotor afirma que os mutirões realizados pelo governo não deverão continuar. “Queremos organizar os serviços. Os mutirões são paliativos que sempre funcionam com a contratação de mão de obra privada o que vai minando o sistema público de saúde”, esclarece o promotor.

(Bruna Sênseve, clicabrasilia.com.br, 21.12.11)