Percentual de mulheres com ensino superior completo é maior que o dos homens

A Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) apresentou nesta segunda-feira (12) uma pesquisa sobre a situação das mulheres nas regiões administrativas. Dados como o grau de escolaridade, faixa etária, renda familiar, renda média e até religiosidade foram analisados para o levantamento. A partir dos resultados, o Governo do Distrito Federal, por meio da Secretaria da Mulher, pretende investir em políticas públicas adequadas às principais necessidades delas.

O evento integra a programação do Mês da Mulher e contou com a presença da presidente da empresa, Ivelise Longui, da secretária da Mulher, Olgamir Amancia, entre outras autoridades.

O levantamento usou como base os dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD), realizada entre 2010 e 2011, em 24 cidades do DF. Brasília, Lago Sul, Lago Norte, Park Way, SIA e Sudoeste/ Octogonal ainda passarão pela análise da companhia.

Das 2,3 milhões de pessoas que formam a população das 24 regiões pesquisadas, 1,2 milhão são mulheres, o equivalente a 52,49% do total. A maior parte do grupo tem entre 25 e 59 anos, 51,9% se declararam pardas ou mulatas e 47% nasceram em uma das 31 regiões administrativas.

Um dado curioso da pesquisa é que o número de mulheres não alfabetizadas (3,15%) supera o dos homens (2,48%). Em contrapartida, o percentual de mulheres com ensino superior completo é maior que o deles: 36,75% contra 36,06%, respectivamente. Para Olgamir Amancia, o resultado é um dos reflexos da diferença entre os gêneros. “A mulher tem que mobilizar mais recursos e estudar mais que o homem para conseguir mostrar sua competência e se inserir no mercado de trabalho” afirmou.

A renda média mensal delas é, pelo menos, 50% inferior à dos homens nas cidades pesquisadas. Um exemplo citado pelos técnicos da Codeplan foi o do Jardim Botânico. Lá, as mulheres apresentam um rendimento que alcança aproximadamente R$ 2 mil mensais, enquanto que os homens recebem acima de R$ 4 mil.

Foco – O levantamento também revela que a força de trabalho feminina está voltada, principalmente, para as funções de comércio, serviços domésticos, educação e administração pública. No Jardim Botânico, em Águas Claras e no Cruzeiro, regiões de renda média alta, 40% das 100 mil mulheres que formam a população feminina são servidoras públicas do governo federal ou distrital.

Ivelise Longui ressaltou que a PDAD faz uma avaliação sobre como as famílias brasilienses vivem e o que, de fato, precisam para ter melhores condições de vida. “Nossa proposta é avaliar se o governo do DF está no caminho certo e fazer um monitoramento sobre o que é preciso melhorar”, argumenta. Ela afirmou ainda que o principal objetivo do levantamento é incentivar a inserção da mulher no mercado de trabalho. “Só queremos respaldo, com uma estrutura mais organizada, para facilitar nossa vida”, disse.

De acordo com a secretária da Mulher do DF, Olgamir Amancia, a pesquisa representará um salto de qualidade nas políticas públicas que já estão em desenvolvimento na pasta. “A partir das conclusões da Codeplan será possível reestruturar o nosso trabalho”, finalizou.

(Isabel Freitas, da Agência Brasília, 13.03.12)