GDF promove debate sobre situação da mulher na capital. Participantes destacam a educação como primeiro passo para a igualdade de gênero e fim do preconceito institucional

Nesta terça-feira (13), o Governo do Distrito Federal promoveu mais uma ação para estimular a participação da sociedade civil na elaboração de políticas públicas. Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, a Escola de Governo realizou a 1ª Roda de Conversas, sobre a situação das brasilienses no DF.

Com apresentação dos dados da pesquisa divulgada nessa segunda-feira (12) pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), o debate levantou questões como empregabilidade, remuneração da mão de obra feminina, condições de vida, racismo e a formulação de políticas públicas para o gênero. O encontro contou com a participação das secretárias da Mulher, Olgamir Amancia; de Igualdade Racial, Josefina Serra; e da secretária-adjunta de Educação, Maria Luiza do Valle.

“Queremos debater o fim da submissão pelo simples fato de ser mulher, que não se dá apenas no lar, mas em todos os ambientes. Nós vivemos no DF uma realidade em que somos tratadas como minoria, mesmo sendo cerca de 52% da população”, afirmou a secretária da Mulher, Olgamir Amancia. Ela ressaltou que, em relação ao mercado de trabalho, o governo já avançou muito, mas que a realidade ainda é desvantajosa para o gênero feminino. “Quando falamos de emprego temos menos da metade das vagas ocupadas por mulheres, e a maioria dos desempregados são mulheres”.

A secretária da Igualdade Racial, Josefina Serra, destacou o preconceito contra a mulher negra, índia e cigana. “Precisamos discutir, porque só assim nós vamos acabar com o racismo, com a desigualdade institucional e com o assédio moral e sexual contra a mulher dentro da administração pública”.

Primeiro passo – Durante o debate foi consenso que o caminho para o fim da desigualdade de gêneros está na informação e que a sala de aula é o primeiro passo para que essas mudanças possam refletir na sociedade. “A escola é o lugar próprio para se discutir o papel do homem e da mulher na sociedade. Toda discussão deve permear o dia a dia”, defendeu a secretária-adjunta de Educação, Maria Luiza do Valle.

A secretária Josefina Serra destacou que a escola é o primeiro lugar onde negros, índios e ciganos sofrem com o preconceito. “Nossos jovens negros morrem não só por tiros, mas estão tirando deles o direito à educação”.

Evento – A organizadora da Roda de Conversas, Rita de Cássia Souza, que é coordenadora de Ensino a Distância da Escola de Governo, explicou que a intenção é que os temas levantados possam suscitar debates entre as próprias servidoras em seus locais de trabalho. “Nós, mulheres servidoras, temos de ter consciência que somos maioria, no entanto não há um movimento de discussão sobre a situação da mulher nas secretarias, para que a gente possa atender as demandas voltadas, de fato, às políticas públicas para as mulheres.”

Também participaram do encontro a socióloga e professora da Universidade de Brasília (UnB) Ana Liése; a coordenadora do Fórum das Mulheres, Leila Rebouças; a gerente da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais da Codeplan, Virginia Fava, além de servidoras e convidadas da sociedade civil.

(Suzano Almeida, Agência Brasília, 13.03.12)