Os especialistas em arquitetura e urbanismo da Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura (Unesco), Luís Maria Calvo, da Argentina, e Carlos Sambrício, da Espanha, e a coordenadora de cultura da entidade no Brasil, Jurema Machado, participaram de um evento no Palácio do Buriti na tarde de hoje (13) e disseram que a visita a Brasília tem caráter consultivo e não deliberativo. Eles também informaram que os impactos das obras para a Copa do Mundo e de locais fora da zona de tombamento serão avaliados. Amanhã (14) deve ser feito um sobrevôo em cerca de 10 regiões administrativas.

Os avaliadores da Unesco conversaram com membros do Instituto do Patrimônio Histórico e Ambiental (Iphan), o deputado Geraldo Magella (PT-DF) e um assessor do governo que substituiu o governador Agnelo Queroz (PT-DF). Foi dito que as 21 modificações pedidas na última visita à Brasília em 2001 serão a base para o relatório final a ser encaminhado para o Centro de Patrimônio Mundial da Unesco na Rússia, que decidirá até junho sobre a permanência ou não do título de Patrimônio Cultural da Humanidade para a capital federal.

As obras relativas à realização da Copa do Mundo em Brasília, como a construção do Estádio Nacional e a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), serão vistas com cuidado e seus impactos nas regiões tombadas do Distrito Federal também serão levados em conta no relatório.

A visita da missão da Unesco, iniciada nesta terça com fim previsto para sábado (17), foi motivada por desvios no projeto urbanístico da cidade, como “puxadinhos” nas comerciais e a falta de vagas no Centro, e solicitada pelo Centro de Patrimônio Mundial da entidade na França.

(Jornal de Brasília, 14.03.12)