A classe trabalhadora eletricitária da Eletronorte tem muito a comemorar. Depois de quase 17 anos de espera devido à grande resistência da empresa, foi fechado ontem (23) o acordo que selou o pagamento do passivo da Curva Tamburello, de R$ 240 milhões. O juiz que intermediou o pacto, Fernando Gabriele, e a direção da empresa reconheceram o papel fundamental das entidades sindicais na evolução do pacto.

O passivo beneficia cerca de 5 mil trabalhadores. No entanto, aproximadamente 20% ainda não foram localizados. Os sindicatos estão fazendo o possível para localizar essas pessoas, que terão que fornecer identificação com foto, CPF, carteira de trabalho, endereço e conta bancária.

O STIU-DF, por exemplo, usará todos os canais de comunicação do Sindicato, além de divulgação na mídia impressa para encontrar essas pessoas.

Gabriele explica que se o beneficiário tiver falecido, os herdeiros podem requerer o benefício, desde que apresentem a certidão de óbito e documentação que comprove o grau de parentesco.

Pagamentos

A primeira parcela de 50% da Curva Tamburello devida a cada trabalhador e trabalhadora está prevista para ser paga no próximo dia 29. O restante será pago em 12 parcelas iguais e mensais. Valores inferiores a R$ 7,5 mil serão quitados em até quatro meses. Se o benefício for inferior a R$ 12,5 mil, deverá ser pago em até oito vezes.

Os trabalhadores sindicalizados farão jus de 16% do benefício ao grande trabalhado desempenhado pelos advogados e pelas entidades sindicais, sendo 15% de honorários advocatícios e 1% de manutenção para os sindicatos. Os não sindicalizados contemplarão 20%.

Para o eletricitário e delegado sindical, Roberto Lucena, que participou da audiência, ser sindicalizado tem muitas vantagens. “Além de fortalecermos a categoria, podemos ajudar a construir as vitórias para a classe trabalhadora, como esta que estamos vendo aqui hoje. Isso é muito importante”, defende Lucena.