Os trabalhadores e trabalhadoras de Furnas no DF decidiram, por unanimidade, na manhã desta quarta-feira (11), acabar com a greve por tempo indeterminado e retornar as atividades a partir da zero hora de amanhã.

Após ouvir os esclarecimentos dos dirigentes do STIU-DF sobre a audiência realizada ontem no Tribunal Superior do Trabalho (TST), com as determinações do vice-presidente Ives Gandra, a categoria concordou com o pagamento de 1,47 folha, a antecipação de 1% agora em junho e o talonário de tíquete extra, equivalente a R$ 800, a ser pago em setembro.

A metodologia de 50% linear e 50% proporcional aos salários para o pagamento da PLR também será aplicada, e não mais a de 40% e 60%, como estava proposto pela empresa e que seria mais prejudicial a grande maioria dos trabalhadores.

Audiência no TST

Ontem, dirigentes sindicais e representantes da Eletrobras e do governo estiveram no TST, em audiência com o vice-presidente Ives Gandra, que determinou o fim da paralisação. O ministro considerou que a greve por uma PLR justa era legítima. “Mas entendo que a sociedade pode fazer a leitura de que o movimento paredista seja um ato político, devido à proximidade da Copa”, disse.

Antes de ouvir as lideranças sindicais, o ministro avaliava que o movimento era fora de contexto, uma vez que a PLR não é Data-Base e sim matéria de negociação. Mas com as explicações dos sindicalistas, Gandra entendeu que o prejuízo obtido pela Eletrobras não era culpa dos trabalhadores, mas sim em decorrência da MP 579 que resultou numa política equivocada. “Agora estou convicto de que os trabalhadores não são responsáveis por isso”.

Após intensa negociação, que durou seis horas e meia, por causa da intransigência da Eletrobras, que não queria ceder em nada e avançar na proposta, o ministro determinou o abono de todos os dias parados de negociação para a PLR. “Nunca abonei dias parados de nenhuma categoria, mas entendo que para solucionar o impasse vou colocar que a empresa abone os dias parados”, disse Gandra, que por diversas vezes ouviu separadamente os representantes da empresa e as lideranças sindicais.

Pelo que o ministro registrou na ata da audiência, se a proposta para o fim da greve fosse rejeitada ele iria expedir ordem judicial para que 90% dos trabalhadores da operação e 45% do administrativo voltassem ao trabalho. Além disso, iria aplicar multa diária de R$ 100 mil e abertura do dissídio. Dessa forma, a categoria receberia no máximo a proposta já apresentada pela Eletrobras e os dias parados não seriam abonados, mas sim descontados.