Incluída no Plano Nacional de Desestatização, a Companhia Energética de Goiás (CELG/D) convive diariamente com o fantasma da privatização. Parlamentares, sindicalistas e trabalhadores do setor elétrico se reuniram, nesta terça-feira (6), em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa para debater o tema.

Em defesa da manutenção da CELG pública, Wagner Alves, representante dos empregados da Celg, enfatizou a empresa não deve ser entregue na mão do setor privado que atua apenas pelo lucro, enfraquecendo a função social das empresas.

Para Alves, a situação econômico-financeira da CELG é resultado da ingerência do governo que não cumpriu com o pagamento de contratos. Além disso, apontou que na maioria das empresas onde houve privatizações a queda na qualidade e eficiência do serviço foi significativa. “O discurso de que a privatização é sinônimo de melhorias no sistema é falso”, destacou.

Na opinião de Fernando Pereira, da Federação Nacional dos Urbanitários, o setor elétrico cumpre uma função estratégica para a soberania nacional. Ele ressaltou que o atual governo está adotando a mesma prática utilizada na gestão FHC, na década de 1990. “O governo pretende fazer caixa ao custo de empregos e da precarização das relações de trabalho. Privatizar e retirar direitos dos trabalhadores não é a solução”, disse Pereira.

Na ocasião, o Sindicato dos Urbanitários no Goiás (STIUEG) apresentou sugestão de emenda aditiva à Medida Provisória 693/2015, que exclui do PND a CELG distribuição. O objetivo da proposta é preservar o patrimônio do povo brasileiro e do Estado de Goiás, bem como pela qualidade dos serviços prestados.

O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), apoiado por Paulo Paim (PT-RS), que presidiu a audiência, se comprometeu a apresentar a emenda ainda nesta semana.

Participaram da audiência representantes do Sindicato dos Urbanitários no DF (STIU-DF), da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), da Associação Latino-Americana de Advogados Laboralistas (Alal), do Ministério de Minas e Energia, do Movimento dos Atingidos por Barragens, da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge).