É preciso resistir aos posicionamentos autoritários do Congresso Nacional mais conservador dos últimos anos. Esse foi o ponto em comum nas apresentações durante a 2ª parte do 1º Congresso e Assembleia Geral de Fundação da Furcen (Federação Interestadual dos Trabalhadores Urbanitários nos Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e DF), realizado no STIU-DF na tarde desta quarta-feira (9).

O diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antônio Augusto Queiroz, o Toninho, destacou que o processo político na atual conjuntura está muito complicado, mesmo assim a classe trabalhadora precisa resistir com muita força, do contrário acabará sendo engolida pelos grandes interesses do capital.

“A classe trabalhadora só conseguirá avançar nesse cenário que está colocado no atual Congresso Nacional com muita mobilização. Perdemos muito apoio nesta legislatura, quando a base sindical reduziu de 90 parlamentares para os atuais 44. Dessa forma, resistir com êxito a essa onda conservadora e liberal acaba sendo uma vitória”, disse Toninho.

Segundo ele, os grandes empresários no Brasil estão ressentidos com a presidente Dilma porque ela tem se posicionado de forma contrária nas alterações de marco regulatório. Toninho explica que, para o empresariado conseguir aumentar seu capital, teria que alterar legislações trabalhistas, deixando-as mais frágeis, assim como retirar cláusulas que limitam lucros, bem como promover privatizações em setores públicos estratégicos.

“A Ponte para o Futuro, proposta do PMDB para a crise, é um aceno às elites empresariais. Eles propõem a desvinculação orçamentária sem os 20% para a saúde e 10% para a educação, é a desindexação total sem reajuste no salário mínimo e a abertura de setores estatais estratégicos para a privatização”, alerta.

Na avaliação do advogado, consultor de entidades sindicais e diretor da Associação Latino-Americana dos Advogados Laboralistas, Maximiliano Garcez, as elites no Brasil estão conspirando para derrubar o governo Dilma e assim retomar o processo de privatização iniciado no governo FHC. “Se houver golpe, o sistema Eletrobras será privatizado em menos de um ano”, chama atenção.

Segundo ele, a atual presidência de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), indiciado no STF por corrupção e respondendo processo de cassação na Comissão de Ética da Câmara por ter mentido sobre ter contas com milhões de dólares no exterior, perdeu totalmente a legitimidade. “O movimento sindical não pode reconhecer uma instituição dessa como uma casa de leis”, disse. Mas é preciso resistir e enfrentar toda ameaça de retirada de direitos”, acrescenta.