Os trabalhadores e trabalhadoras da Eletronorte e Furnas em Brasília e Serra da Mesa rejeitaram nesta terça-feira (14), por unanimidade, a proposta apresentada pela Eletrobras para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). Também foi aprovado nas duas bases paralisação de 48 horas, a ser realizada nos dias 22 e 23 de junho. Até sexta-feira (17), a categoria eletricitária em todo o país continuará fazendo assembleias para deliberar sobre a proposta.

A data marcada para iniciar a paralisação de 48 horas coincide com a próxima reunião do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) com a direção da empresa no dia 22.

Na avaliação da categoria, a proposta apresentada é muito ruim. A proposta mantém todas as cláusulas do ACT e demais instrumentos de negociação coletiva vigentes, mas altera a data de negociação da data base de maio para outubro. Um pleito antigo dos trabalhadores. No entanto, o pagamento da inflação acumulada no período de 1º/05/15 a 30/04/16, será de 50%, ou seja, 4,64%, a ser aplicada retroativamente a 1º/05/16 nos salários e em todos os benefícios cabíveis.

O restante do IPCA acumulado neste período de transição de 17 meses, ou seja, de 1º/05/15 a 30/09/16, seria negociado na nova data base, ou seja, 1º de outubro.

Os trabalhadores entendem que ainda faltam garantias no termo de aditivo que está sendo discutido com a empresa como indenização de perda de massa salarial (abono).


PLR

Em relação à PLR, a proposta da Eletrobras também não é boa. Nem se iguala ao que foi pago no ano passado. Além disso, não contempla todas as empresas. Nem as questões discutidas na Comissão Paritária, formada por dirigentes sindicais e representantes das empresas, foram levadas em consideração.

A empresa apresentou proposta inconsistente com os reais valores do EBTIDA oficial por empresa. Os trabalhadores querem que a meta seja ajustada. Está agendada uma reunião da comissão paritária para o próximo dia 16.

Privatização

Os dirigentes sindicais também alertaram os trabalhadores sobre as novas ameaças de privatização das empresas do setor elétrico e chamaram a atenção da categoria para que se mantenha em estado de alerta e mobilizados.

Também informaram a categoria que uma frente parlamentar está sendo criada no Congresso Nacional para fortalecer a luta contra as privatizações e resistir contra os projetos de lei que tramitam na Câmara e no Senado.