Ontem, 31 de agosto, foi consolidado o golpe parlamentar, midiático e jurídico. Com essa nova conjuntura, a plataforma econômica lançada pelo PMDB em novembro do ano passado, intitulado Uma Ponte para o Futuro, a ser implementada pelo governo de Michel Temer, significa, claramente, o desmantelamento do Estado.

Em seu primeiro discurso, Temer foi enfático sobre a “necessidade” de uma reforma na previdência, de uma “modernização” da CLT que será um verdadeiro retrocesso nas leis trabalhistas, dentre outros destaques nefastos.

O seu projeto traz para o povo brasileiro um ajuste fiscal perverso, e para a classe trabalhadora a ampliação da terceirização, com consequente redução dos direitos e benefícios conquistados em décadas de luta e resistência.

O patrimônio brasileiro, ou seja, as riquezas naturais e as empresas estatais, serão entregues ao capital privado e estrangeiro, vendidos a preços rebaixados.

O STIU-DF vem alertando, faz muito tempo, sobre  os riscos que representa para a soberania nacional a entrega ao capital privado das maiores e mais estratégicas empresas do setor energético, a Petrobras e a Eletrobras, além da ECT, Caixa Econômica Federal, entre outras.

Nesse rapel de retrocessos ainda há pela frente a PEC 241, o PLC 30, o PL 257, PL 268, PL 4567 e vários outros projetos que, se forem aprovados no Congresso Nacional, beneficiam apenas a elite econômica e política do Brasil.

Assim como no golpe de 1964, toda a grande mídia comercial, além de apoiar, blindou e ocultou todas as mazelas dos golpistas. Desde o afastamento da presidente eleita democraticamente, Dilma Rousseff, a mídia internacional (El País, Le Monde, Washington Post, Deutsche Welle) estão difundindo e condenando o golpe no Brasil. No entanto, a mídia comercial nacional vem apoiando este processo golpista, justamente por ser porta-voz e propriedade da parte interessada.

Aos cidadãos e cidadãs brasileiros, fica a triste lição que a história nos brinda novamente, sobre a nossa tão nova e frágil democracia: não se deve descuidar da eleição dos deputados e senadores – de um Congresso Nacional, sempre permeado por uma maioria de achacadores e representantes da elite nacional e do capital estrangeiro (nesta legislatura alcançou 80% dos parlamentares), não se poderia esperar outra coisa: quem não cede às suas chantagens e imposições é retirado do caminho – agora, não pela força das armas (como em 1954 com Getúlio Vargas ou em 1964 com João Goulart), mas pelo poder de permissividade de interpretação das próprias leis, elaboradas lá mesmo, com um vergonhoso verniz de legalidade.

Diante desse quadro, os movimentos populares, os trabalhadores e trabalhadoras têm que se comprometer com a luta, sair da imobilidade e barrar toda e qualquer tentativa de retrocesso.  Temos que adotar uma política de frente, com resistência a esse governo que, a todo custo, quer penalizar todo o bravo povo brasileiro, com maiores conseqüências à juventude, à classe trabalhadora, às mulheres, aos negros, e aos LGBT. Seguiremos em luta.

 

 

 


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