Foi realizada na terça-feira, dia 25 de outubro, reunião com os sindicatos que formam o Coletivo Nacional dos Eletricitários com o novo presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira. O encontro aconteceu na sede da Holding, no Rio de Janeiro, e foi muito importante, pois os dirigentes presentes puderam externar uma série de demandas, com a apresentação do seguinte cronograma: Reestruturação (PDV, futuro das empresas e privatização), relação com os trabalhadores, cumprimento do ACT 2016/2018, abertura de canal de negociação do CNE com a presidência, artigo 37, plano de saúde da Eletrosul, e a retomada da discussão da PLR 2015.

Em suas falas os representantes dos trabalhadores colocaram que é no mínimo constrangedor o presidente da empresa usar a grande imprensa para criticar o desempenho dos trabalhadores ou anunciar medidas de reestruturação. O presidente se defendeu dizendo que houve uma distorção das suas colocações. Enfim, tentou justificar o injustificável. Houve também a cobrança dos trabalhadores para que sejam respeitados os direitos dos trabalhadores conquistados através de acordo coletivo. O presidente Wilson assumiu o compromisso de cumprir integralmente o ACT fechado, disse que jamais pensou em desrespeitar o acordo dos trabalhadores e por isso ele será cumprido fielmente.

Ao ser questionado sobre a situação das distribuidoras de energia da Eletrobras o presidente Wilson Ferreira reafirmou que irá mesmo tocar a privatização destas empresas, por conta da situação financeira que elas apresentam, e deu exemplos de eficiência de distribuição em empresas privadas do Maranhão e no Pará. A FNU, a FRUNE e o CNE rebateram de imediato, e disseram que os problemas apresentados não foram causados pelos trabalhadores, por isso são totalmente contra a privatização. Lembraram também que estas distribuidoras privadas demitem em massa e não respeitam direitos dos seus empregados. Destacaram também que as distribuidoras de energia da Eletrobras têm um papel fundamental para os estados onde estão localizadas, desempenhando um papel social em localidades onde o setor privado jamais irá atuar por trabalhar apenas com a lógica do lucro.

Com relação a possíveis demissões os dirigentes cobraram transparência em qualquer ação da Holding, já que o clima dentro das empresas é de medo e incertezas. O presidente Wilson disse que está trabalhando na perspectiva de demissões voluntárias, sem perseguir qualquer trabalhador. Os dirigentes sindicais lembraram a importância de que sejam resguardados os direitos de cada companheiro com uma vida dedicada a Eletrobras, que em muitos casos representam uma memória técnica de grande valor, e não podem ser desprezados em nome do discurso de que somente os jovens têm valor. Outro pleito colocado pelos trabalhadores é que caso seja implantado o plano de demissão voluntária seja para todas as 16 empresas, inclusive com a adesão dos anistiados.

O presidente Wilson Ferreira durante o encontro ressaltou a importância da eficiência e do corte de gastos. As representações sindicais alertaram e se posicionaram contra a contratação desnecessária e milionária de consultorias, até porque o Sistema Eletrobras tem um corpo técnico qualificado para resolver questões internas e também externas como foi o caso equacionado na Bolsa de Nova York. Os trabalhadores cobraram uma maior interlocução com o presidente, pois o diálogo é o melhor caminho para evitar o desgaste, nesse sentido foi solicitada também uma desburocratização nesse processo, já que a ultima tentativa para marcar a reunião realizada na quarta-feira, dia 25, foi um jogo de empurra, o oficio percorreu por semanas vários setores para uma resposta final.

Os dirigentes sindicais ao final acertam com o presidente Wilson Ferreira a entrega de um documento oficial onde estarão todas as demandas e posições dos trabalhadores. A expectativa é que haja uma resposta o mais breve possível, o objetivo é marcar uma nova reunião até a primeira quinzena de novembro, com a retomada da discussão da PLR 2015


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