“A reforma da previdência é parte de um plano macabro do governo golpista contra o povo brasileiro”, destaca a deputada Erika Kokay durante o seminário “Em defesa do direito à aposentadoria para todos”, realizado pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) e a Associação Nacional dos Participantes de Fundo de Pensão (Anapar), na sexta-feira 27, em Brasília.

Para a deputada, a reforma da previdência apresentada pelo governo acaba com a previdência social. Além disso, ao estabelecer uma idade mínima penaliza e impede a aposentadoria dos trabalhadores, principalmente a população de baixa renda que não tem as condições adequadas para atingir uma expectativa de vida maior.

“A expectativa de vida depende da alimentação, da saúde, do saneamento básico. Depende de uma série de variáveis que são muito desiguais nesse país, portanto, o projeto é de uma extrema crueldade. Acabar com a aposentadoria diferenciada das mulheres é um profundo retrocesso que esse país não pode admitir. A reforma vem casada com a PEC, que congela os gastos [nos setores públicos] e não coloca qualquer tipo de limitação para o pagamento dos serviços financeiros, mas apenas para as políticas públicas. Não existe estado mínimo para a elite econômica”, disse Kokay.

No mesmo sentido, a vice-presidente da Anapar, Cláudia Ricaldoni, afirma que a reforma da previdência significa uma brutal retirada de direitos, com o objetivo de sucatear a previdência social para beneficiar o sistema financeiro. “É uma grande falácia a necessidade de uma reforma para a sustentação da previdência social, os próprios dados do governo apontam outro caminho”, ressalta.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC 287) foi enviada pelo governo ao Congresso no fim do ano passado e já foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.