As Entidades de Representação dos Trabalhadores do Sistema Eletrobras têm constatado com extrema preocupação, o quão desequilibrada é a gestão do senhor Pinto Junior, e de sua obediente diretoria, à frente da Holding. Parece ignorar que esta comandando a maior empresa de energia elétrica da América Latina, que exige uma ampla capacidade de dialogar com todos, especialmente os trabalhadores e suas entidades sindicais, que representam empresas com particularidades próprias e necessidades especificas.

Tal conclusão é de fácil entendimento, uma vez que na última reunião do CNE com o presidente, realizada em fevereiro de 2017, o senhor Pinto deixou claro a todos os sindicatos, que não havia necessidade de agendamentos, pois sempre estaria de portas abertas para os representantes dos empregados, bem como para todos os colaboradores. Porém, qual foi a nossa surpresa (aliás, não, não há mais surpresa em se tratando dessa atual gestão!) ao recebermos uma denúncia de que os trabalhadores e trabalhadoras da Eletrobras não podem mais acessar as dependências do 13º andar, a não ser os “escolhidos”!

Sua obsessão para intervir nos processos que sempre transcorreram dentro das empresas é lamentável. O caso das eleições para os conselhos de administração é um deles. Em diversas empresas candidatos foram impedidos de concorrer, propositalmente aqueles nomes que tinham uma vinculação com as reivindicações dos trabalhadores de uma empresa transparente e que respeita, como por exemplo, o ex-deputado federal por Pernambuco e trabalhador da CHESF, Fernando Ferro.

Um líder de fato deve ter coerência em suas ações

Mais uma atitude transloucada do presidente que carrega no currículo o estereótipo de grande executivo ou líder. Palavras ao vento, uma vez que qualquer um, no mundo capitalista de hoje, sabe que para chegar à liderança é preciso, além de ser eficiente e aceitável, estabelecer uma relação de confiança com a equipe. Muitas vezes é preciso, primeiramente, que os que se dizem líderes, compreendam a importância da confiança para que o diálogo possa, de fato, ocorrer. Pensamos que essa confiança seja permeada e construída por diversos aspectos que devam ser observados no dia a dia, o que no momento não acontece.

O CNE acredita que deve ser observado, quando se fala de liderança, é a coerência, que tem muito a ver com a confiança, pois, um gestor que fala que as coisas devem ocorrer de uma determinada forma, mas age de maneira oposta, tende a perder, rapidamente, a credibilidade junto aos trabalhadores e trabalhadoras.

Um gestor deve saber conviver com as críticas

É inacreditável que o presidente do Sistema Eletrobras e seus diretores se sintam “magoados” com as entidades sindicais, até porque faz parte do processo, especialmente se tratando de uma Holding estratégica para o país.

Ao boicotar o CNE e os sindicatos, não sentando à mesa para negociação, demonstram um despreparo total, e penalizam a todos os trabalhadores e trabalhadoras com isso. Sinceramente, não encontramos outro verbete para nomear esse ato que se não: covardia!

Senhor presidente, desça desse pedestal que se colocou, ‘abaixe a bola’ e comece a tratar os trabalhadores dessa casa com respeito e consideração, pois é o mínimo que o senhor pode fazer para se desculpar por esses meses à frente da Empresa tratando seu maior patrimônio intelectual com tanta maldade e picardia quase que diariamente.

Autoritarismo não constrói

A postura de se colocar acima de tudo e de todos do presidente Pinto vem afetando o dia a dia das empresas, seu estilo de gestão é centralizador, pois além de presidente do Sistema Eletrobras e de todos os conselhos de Administração das suas empresas controladas, tem feito intervenções sistemáticas na Comissão Interna Transitória de Elegibilidade – CITE, inclusive, como já dissemos, usurpando a competência da Comissão Eleitoral para o Conselho de Administração das Subsidiárias e de seus Conselhos de Administração.

É importante destacar que o Decreto nº 8.945, de 27 de dezembro de 2016, que regulamenta o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, diz que seu papel é apenas opinativo, e não deliberativo com tem feito de forma autoritária.

O autoritarismo pode ser a forma mais fácil para um gestor impor suas regras, porém, toda ação gera uma reação e um grande descontentamento dentro das empresas. Os trabalhadores do Sistema Eletrobras, em todas as suas empresas construíram, com muita luta, uma cultura de democracia, de eleger seus representantes.

O CNE sempre pautou sua postura ao longo dos anos pelo diálogo, independente do gestor a frente do Sistema Eletrobras, e continua apostando nessa forma de atuação, porém, não irá se calar diante de ações que visem retirar direitos dos trabalhadores do Sistema Eletrobras.


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