Num governo de gestão Temerária, mas com a condescendência velada da grande mídia, algumas coisas inadmissíveis passam despercebidas pela maioria da população, mas não pelos trabalhadores organizados.

Entre essas atitudes descabidas, vem agora a pretensão da Eletronorte de criação de uma nova diretoria, a Diretoria de Novos Negócios. Essa informação foi confirmada pelo Diretor de Administração da Eletrobras, por ocasião da reunião realizada com o CNE na semana passada.

Como assim, Novos Negócios, se a empresa nem disputa mais leilões, e implementa um corte cego em atividades operacionais, reduzindo as equipes de campo e de sobreaviso, sobrecarregando os sorteados da vez?

Ora, todos sabemos que se trata da acomodação de mais um apadrinhado político do desgoverno Temer, Roberto Parucker.

Num momento em que é tão propalada a necessidade de uma reestruturação das empresas do Grupo Eletrobras, com um suposto corte de gerências e assessorias sabidamente desnecessárias, vem essa proposta na direção diametralmente oposta!

Isso é um sintoma de que o Grupo Eletrobras está sem rumo, e que a reestruturação pretendida não tem como objetivo a eficiência e a produtividade, mas o atendimento às disputas políticas e a redução dos investimentos públicos, que culminará com demissões e privatizações.

Além desse desnorteio, há outra questão muito mais séria: o Sr. Roberto Parucker é, atualmente, Diretor Técnico da COTESA (empresa de operação e manutenção de sistemas elétricos, linhas de transmissão e subestações, PCHs e parques eólicos, que mantém contrato vigente com a Eletrosul), conforme se pode verificar no site www.cotesa.com.br. Além disso, respondia pela Alupar, que possui contrato com a Eletronorte. Sua nomeação para a diretoria de uma empresa estatal do mesmo setor, sem um período mínimo de carência, configura conflito de interesse. Além de ser imoral, é ilegal, pois esbarra em impeditivos previstos na Lei das Estatais, segundo o inciso IV do artigo 17, da Lei nº 13.303/2016.

Esperamos que a Eletrobras não compactue com essa imoralidade, afinal, o Presidente Wilson Pinto anunciou ao mercado, aos acionistas, à bolsa de valores em Nova Iorque que medidas de redução nos quadros gerenciais eram um dos pilares necessários e indispensáveis à reestruturação e à recuperação da Eletrobras.

Da Diretoria da Eletronorte, que conta com dois Diretores da casa, outro Diretor que se diz da casa, e dois Diretores que estão na empresa há tempos, esperamos que haja o bom senso de não permitir que uma nova Diretoria seja criada, trazendo ainda mais custos para a empresa. Ou será que as diretrizes de austeridade só servem para demissões e corte de investimentos?

Com a palavra a Diretoria da Eletronorte e a Diretoria da Eletrobras.

Vamos ficar atentos para o que será deliberado na reunião do Conselho de Administração da Eletronorte, que será amanhã. Esse assunto é ponto de pauta da nossa assembleia.

ASSEMBLEIA GERAL AMANHÃ !


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