Ainda ecoa nos ouvidos dos dirigentes sindicais do CNE as acusações feitas pelo presidente da Eletrobras, Wilson Pinto, e do diretor de distribuição, Luiz Henrique Hamann, aos trabalhadores e trabalhadoras das empresas do Sistema Eletrobras que tanto suor e sangue deram por essas empresas.

Em primeiro lugar, o presidente da Eletrobras já deixou claro que não irá retroceder quanto ao que ele chama de reestruturação, ou seja, continuar a implementar, sem nenhum processo de discussão com os trabalhadores e trabalhadoras, as medidas que têm causado medo e insegurança a todos e todas.

O CNE, por meio da FNU e demais entidades que o compõem, solicitou por diversas vezes reunião com a Diretoria da Eletrobras para discutir uma proposta de reestruturação das empresas do Sistema Eletrobras que respeitasse os acordos coletivos vigentes. Algo que não aconteceu, pois, nunca houve de fato negociação, e, sim, imposição e desrespeito.

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Sobre a reestruturação da Eletrobras e suas empresas temos a considerar que, toda ou qualquer medida que venha a alterar as condições relativas ao contrato e ou condições de trabalho, devem ser amplamente discutidas com os sindicatos. Assim dizem os acordos assinados, bem como, a Constituição Federal em seu artigo 7º, inciso XXVI diz que são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social. Nesse artigo está determinado o reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho. Ou seja, as cláusulas constantes das Convenções e Acordos Coletivos do Trabalho têm força obrigacional impondo-se o seu respeito pelas partes convenentes.

A CLT em seu artigo 611 nos diz: “Convenção/Acordo coletivo de trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho”.

A lei proíbe toda ou qualquer modificação no contrato de trabalho em prejuízo do empregado. Pois só é lícita a alteração das respectivas condições, por mútuo consentimento, e, ainda assim, desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia (CLT , art. 468 , caput).

Teu passado te condena

A soberba dos diretores Luiz Henrique Hamann e Wilson Pinto passaram dos limites, antes precisamos dizer quem é Luiz Henrique Hamann, pelo site Http://www.privatizacaonao.com.br/ esse é o seu curriculum: Luis Henrique Hamann é engenheiro dos quadros da Eletronorte e já foi indicado para ocupar outros cargos no setor elétrico federal, também indicado por Jucá. Em 2011, ele foi afastado de uma diretoria de Furnas quando começaram a vir à tona as notícias da roubalheira naquela estatal, praticada por diretores indicados pela cúpula do PMDB. Posteriormente, em 2013, Jucá o indicaria para a presidência da Companhia Energética de Roraima (CERR), quando José de Anchieta Júnior (PSDB) era governador do estado. Na empresa estadual, que estava destinada a ser vendida à Eletrobras, Hamann comandou uma gastança de cerca de R$ 800 milhões para sanear a CERR, recursos que o contribuinte de Roraima vai ter de pagar. Hoje a CERR não é mais concessionária de energia elétrica pela ANEEL, e continua quebrada.

De acordo com o Blog https://fichacorrida.wordpress.com “todos os homens de Eduardo Cunha nomeados por Michel Temer: Luiz Henrique Hamann, um dos homens que Dilma havia afastado de Furnas por suspeitas de corrupção, foi nomeado diretor de Distribuição da Eletrobrás. Vejam só! O homem de Cunha retornou em grande estilo para o governo! Dessa vez, por indicação do Romero Jucá, autor da célebre frase sobre a Lava Jato: “Tem que resolver essa porra. Tem que mudar o governo para estancar essa sangria”. Mesmo com todo esse currículo, foi dele a célebre frase proferida na reunião: “Nas empresas tem muita gente que não quer nada com o basquete”.

Em outras palavras, ele sugere que muitos empregados e empregadas de nossa empresa não querem nada com o trabalho. Tirem suas conclusões, se nosso corpo funcional pode receber esse tipo de acusação.

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Coube ao presidente Wilson Pinto, que antes de completar seis meses de trabalho na Eletrobras saiu de férias, as seguintes afirmações:

“A sociedade não quer pagar pelos nossos privilégios”.

“Não tenham medo do capital (privatização), ele saberá discriminar o chefe que ganha 40 mil e não agrega valor, e o trabalhador que ganha 4 mil e agrega”.

“Nós temos mais gerentes do que devia”.

“Nós temos um monte de safado, que ganham 30, 40 paus”.

“Nós temos 40% de cara que são inúteis, não serve pra nada”.

“A sociedade não pode pagar por VAGABUNDO, em particular no serviço público, e nós vamos custear aqui, VAGABUNDO, que está ganhando dinheiro, sem trabalhar?”.

Depois dessas pérolas, perguntamos a você, se somos mesmos VAGABUNDOS e VAGABUNDAS? Afinal, pode o presidente de uma empresa se expressar assim em uma reunião com representantes dos empregados das empresas. É esse o presidente que quer conduzir os destinos dessa empresa?

Em 1998, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez o mesmo, taxando de “vagabundos” os aposentados com menos de 50 anos. O deputado federal Alceu Moreira (PMDB-RS), relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, que trata da reforma da Previdência, repetiu o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e chamou os aposentados de “vagabundos” em discurso no plenário em outubro de 2016.

Luiz Henrique Hamann e Wilson Pinto mostram que não tem condições de se manter na condução de nossas empresas, pois, não respeitam o corpo funcional da empresa. Muito pelo contrário, deixam claro que vieram a nossa empresa apenas para prepara o processo de privatização, que primeiro tem como objetivo as distribuidoras e depois as empresas de G&T.

São privatistas indicados pelo governo do golpe, seguem a cartilha do Temer, que se sustenta por conchavos. São representantes de um governo que não resiste há um mês sem um escândalo.

E AÍ, VAMOS REAGIR OU NÃO?


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