Protesto é contra a falta de diálogo e negociação por parte da direção da empresa.

Todos aqueles que acompanham as negociações do CNE com a direção do Sistema Eletrobras sabem que, por parte do Coletivo, nunca faltou nem nunca faltará disposição para o diálogo. Pelo contrário. Mesmo com todas as diferenças, as severas críticas e restrições à forma como vem sendo conduzida a gestão da maior empresa de energia da América Latina, os interesses do conjunto dos trabalhadores sempre estiveram em primeiro lugar.

Todavia, essa postura por parte da direção da Holding nunca foi recíproca. Reuniões são repetidamente canceladas, como a que seria realizada no dia 20 de junho, quando iriam ser discutidos temas como: PLR, data do pagamento do ticket extra, aperfeiçoamento do PAE, suspensão do CSC, dentre outros. Diante desse quadro, a resposta dos trabalhadores e das trabalhadoras é a luta, com a paralisação de 24 horas no dia 22 de junho.

O CNE entende que chegamos a um momento crucial. É preciso coragem para enfrentar todo o autoritarismo e descaso que hoje dominam a gestão da holding. É preciso dar um basta nisso de chamar de vagabundos os trabalhadores com anos de dedicação às empresas. Aquele companheiro e companheira que tem brio e que não aceita esse tipo de tratamento desrespeitoso deve vir para a luta e não se intimidar, paralisando suas atividades no dia 22 de junho.

Dirigir uma empresa gigante como Eletrobras é tarefa para os preparados. Isso é para quem sabe ouvir, negociar, discordar. Enfim, um gestor de verdade. A prática da intimidação e de fazer pouco caso das reivindicações mais do que justas da categoria evidenciam um despreparo brutal.

A Eletrobras já foi informada por meio de ofício da FNU, no dia 19 de junho, sobre os motivos da paralisação do dia 22. Agora cabe a cada trabalhador e a cada trabalhadora participar dessa luta, pois caso não haja uma resposta da Holding sobre a retomada das negociações, o indicativo é pela realização de uma nova paralisação. Desta vez de 72 horas, nos dias 28, 29 e 30 de junho.

Portanto, é fundamental também que os companheiros e as companheiras participem das atividades, pois será definido no dia 22 de junho o calendário de mobilização caso não haja avanço nas negociações.

Lembre-se: Só conquista quem luta!

 

 

As quatro faces da tirania

O Sr. Wilson Pinto chegou à Eletrobras em julho de 2016 e sua “gestão” está quase completando um ano. Indicado por um governo reprovado por mais de 90% da sociedade trouxe consigo uma agenda voltada para a entrega do patrimônio público no chamado “desinvestimento”, leia-se privatização, causando drástico prejuízo ao Sistema Eletrobras. Ele está cumprindo os interesses do mercado privado que ele representa.

Ainda chega com essas credenciais e tem o desplante e a ousadia de chamar trabalhadores do Sistema Eletrobras de vagabundos e safados. Infelizmente, temos um presidente que tem o prazer de desmoralizar os seus comandados. Algo surreal. Um caso a ser estudado!

Vejamos os quatro tipos de gestão implantada pelo Sr. Wilson na Eletrobras até agora:


Gestão por assédio:

Diferentemente dos presidentes anteriores, que conduziram a construção do Sistema Eletrobras mediante valorização e respeito dos profissionais, buscando a colaboração de todos no enfrentamento dos desafios e adversidades, o Sr. Wilson Pinto, rasgando o Código de Ética da Eletrobras, implantou uma vergonhosa “gestão por assédio”, que consiste na aplicação constante de técnicas de coação, medo e desmoralização.

E não se cansa de discriminar os trabalhadores e trabalhadoras da Eletrobras. Seu perfil de gestão inclui coação e medo. Menos, Sr. Wilson Pinto. Menos! Saiba que o senhor está ocupando o principal cargo executivo da Eletrobras e deve respeito a todos que dela fazem parte, principalmente aos trabalhadores e trabalhadoras e a sociedade em geral.


Gestão por distanciamento:

Outra inovação do Sr. Wilson Pinto, “grande executivo” da CPFL, consiste no isolamento dele e dos diretores. Para ele, só vale o que o “presidente” entende como “correto”, opiniões diferentes ou discordantes são de pronto desconsideradas.

Isso é o que tem de mais atrasado no mundo corporativo e está na contramão da cultura organizacional no Sistema Eletrobras.

Outro equívoco do Sr. Wilson Pinto foi eleger os trabalhadores e trabalhadoras da Eletrobras como “inimigos” da Empresa. Entendemos essa percepção “despropositada”, visto que ele não participou dos grandes momentos do Sistema. Não participou das construções de Itaipu, Furnas, Paulo Afonso, Tucuruí, Angras I e II, Sobradinho e diversas outras hidrelétricas que fazem parte do Sistema. Não participou da concepção e construção de diversos quilômetros de linhas de transmissão que cortam o País de Norte a Sul. Não participou da construção da cultura organizacional. Não participou de nada! Por isso só consegue criticar e desvalorizar tudo e todos.


Gestão por inconsequência:

Trazendo a experiência da CPFL, onde sua ordem era cumprida às cegas e sem questionamento, o Sr. Wilson Pinto, ao chegar à Eletrobras, encontrou uma brigada de incêndio ativa que percorria os andares dos edifícios ocupados pela Empresa, garantindo a segurança nas instalações. Mas isso não parece ser mais importante que a “redução de despesas” para o presidente, que mandou extinguir a brigada sem avaliação de riscos e sem considerar o histórico de incêndios ocorridos nos prédios.

Como resultado, a Eletrobras ganhou de aniversário os seguintes presentes no Edifício Herm Stoltz: água inundando diversos andares no dia 09/06 (6ª feira) e incêndio no 14º andar no dia 10/06 (sábado). Estes são os fatos mais recentes.

Que prejuízos a Eletrobras terá adiante?

Senhores diretores, ao completar 55 anos de excelentes e relevantes serviços prestados ao País, a Eletrobras, suas empresas e seus colaboradores não merecem tanto descaso, desleixo e prepotência!


Gestão por inexigibilidade:

Também diferentemente dos presidentes anteriores, que faziam a grande maioria das contratações por meio de pregões eletrônicos, tomadas de preços e concorrências, o Sr. Wilson Pinto, com saudade da CPFL, onde comprava o que bem quisesse, de quem quisesse e ao preço que quisesse, por estar numa empresa privada, implantou na Eletrobras a “gestão por inexigibilidade”, onde o que deveria ser utilizado em último caso e de forma excepcional, passou a ser a principal forma de contratação na Empresa. Vale lembrar ao Sr. Wilson Pinto que a Eletrobras, apesar de não ser uma empresa pública, é uma empresa de economia mista e está sujeita às regras da Lei de Licitações, 8.666/93, que tem como princípios: legalidade; impessoalidade; moralidade; igualdade; publicidade; probidade administrativa; vinculação ao instrumento convocatório e julgamento objetivo.

Senhor Wilson, temos muitos problemas a enfrentar e todos que fazem parte do Sistema Eletrobras sabem disso. Mas esses problemas não serão resolvidos com divisão, desmoralização, assédio, falta de respeito, discriminação, coação e medo, irresponsabilidades e desmando. Eles serão resolvidos com a participação de todos e com uma liderança forte e agregadora, que observe detidamente a missão, a visão e os valores da Eletrobras.



VISUALIZAR ARQUIVO EM PDF