A greve dos funcionários da Companhia Energética de Brasília (CEB), que completa dois dias nesta sexta-feira (5/11), já refletiu nos serviços prestados pela estatal. Ontem, o tempo médio para realizar atendimentos era de seis horas. Entre as reivindicações dos trabalhadores, está um reajuste salarial de 24% . A empresa propôs um aumento de 5% . Sem acordo entre as partes, o caso foi parar na Justiça do Trabalho. A CEB questiona a manutenção do efetivo mínimo obrigatório de 30% em atividade durante greves e o cumprimento de acordo firmado no fim do ano passado.

“Alguns consumidores estão ficando sem o fornecimento de energia elétrica. A empresa está extremamente preocupada”, declarou o presidente da Companhia, Carlos Leal. Segundo ele, apenas 44 dos 1.300 funcionários, entre terceirizados e efetivos, estão trabalhando. Das 71 equipes, cada uma com dois eletricistas, que normalmente saem à campo para fazer atendimento, apenas 10 estão nas ruas.

Leal também afirmou que os funcionários descumpriram parte do acordo coletivo de trabalho firmado em 2009, com validade até 31 de outubro de 2011. “O acordo em nenhum momento estabelece ganho real”, afirmou. Os funcionários querem, além da correção salarial com base no INPC, um ganho real de cinco vezes o valor do índice (4,68%). Para o diretor do Sindicato dos Urbanitários do Distrito Federal (Stiu-DF), Jeová Pereira, as reivindicações da categoria são justas. “O próprio acordo prevê mudanças nas clausulas econômicas”, defende o sindicalista.

Jeová também afirma que o número de funcionários não tem atrapalhado o funcionamento do serviço. “Estamos atendendo 70% dos chamados. O sistema é totalmente interligado. Posso colocar mil servidores lá dentro e operar apenas 30%.” Três pontos permeiam a pauta de reivindicações da categoria: a restruturação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), abono salarial de R$ 5 mil e reajuste salarial referente à data base, que venceu no dia 1º deste mês.

(Fonte: Mariana Sacramento, Correio Braziliense)